quinta-feira, 1 de setembro de 2011
minhas mandingas, quero proteção
Que maldição que sou?
A qual circo pertenço,
Que horror suscito?
Exponho
Me imponho...
Sou uma espécie de bruxa má
Que manipula a vida através de seus feitiços
Ou serei uma pobre coitada numa realidade inventada?
Num universo paralelo, onde só eu sei as coisas que conheço,
Pois as inventei
O que é isso que me dá
Qual a origem desses horrores
Por que desfaleço em tremores
Quais cantigas vão me enfeitiçar
Que dança me tira desse transe?
Não, não quero alucinar!
A quem pedirei socorro na hora da chegada
O que chegará
O que espero
Por que tolero
Qual o desespero?
E qual a confusão entre ele e desejo
Por que meus textos são assim
Por que me angustio diante deles?
Por que não posso escrever fantasias rosa de um coelho que cantarola
Por que não sei se isso é uma pergunta ou uma resposta!
Nem sei por que grito agora...
Que as folhas mágicas sejam mais puras que eu!
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
andarilha
Nos caminhos dos outros fiz descaminhos
Nas curvas dos corpos andei sozinha
No meu próprio corpo impus uma estrada
Derrubei suas entradas...
Deixei sem saída.
Você se atirou, despencou,
Não fugiu!
Prosseguiu.
Eu desesperada quis caminhar em suas estradas
É difícil não ter para onde ir
A mata não foi garimpada
Não lancei vôo, como prometi.
Não traçarei mais caminhos, nem me perderei em descaminhos.
Tampouco andarei os rumos de outros.
Não vou sacrilejar meu corpo com tratores para que possas me encaminhar
Caminhar
deságua
Meu corpo se abre com seu olhar na inocente espera de que me possuas
Não podes me possuir, não são coisa que se tenha!
Mas sou corpo que se toca e pega, se penetra Sou espírito que se alimenta com palavras de desejo Se não me tocas, não me bates, não me comes
Xinga-me, profane minha lembrança, toque seu corpo no mais imundo banheiro de um bar pensando que eu poderia lhe dar lá
Eu saboreio sua lembrança como se meu seio fosse uma boca ávida por alimento
Posso chover só, só de pensar em você
Então rega-me com seu gozo, pois as putas também são flores
E a natureza não faz seu ciclo sozinha Não me deixe na escassez! Alimente as flores e as putas!
Não permita que eu passe mais uma noite sequer com minhas pernas fechadas Se não podes abri-las, abro para você E quando eu abri-las, não as deixe vazias Há um lugar entre elas, entre nele e afunde
postagem nada nova
sozinho, foi ficando amargurado.
Depois com ventre estuporado
e o corpo tornando-se calejado,
saiu do seu quarto de dormir.
mas para mim, você foi matreiro
Vi uma alma em cativeiro
preocupada com um corpo,
que é parte de si...
Digo que vi chamas em sua face,
um nebuloso vazio em seu olhar, tantas vezes raivoso.
As chamas, às vezes, eram paixão...
isso quando vinhas encontrar-me só, em meu quarto de dormir.
Foi duro ver-te, companheiro, forjado em tantas máscaras quanto um triste palhaço.
Mas você foi também muito sensato
com sua casa
seu trabalho
e naquele momento, foi o que você podia dar de si.
Então a vaga noção que temos,
da dor que ambos passamos e passaremos,
Ensina que perseverar
é delicado como brotar,
doloroso como nascer,
confuso como o mar em ressacas
Mas ensina também que nascer brotar e navegar
correspondem a um sentido
a um fim
Somos impelidos a cuidar de nós,
Porque somos entusiastas de nós dois
Só nós podemos nos realizar!
grávida
Estranha saudade
Entranha-se em mim, saudade
Emprenha-me de ti, saudade
Estou grávida do que nunca vai nascer
Cita-me ou me excita?
trocadilho bobo,que pareceu bela abreviatura de uma questão feminina.
é tão raro ver referencias à mulheres, principalmente em trabalhos cujos os autores são homens. Raro não é a palavra certa, talvez não haja, talvez eventual seja a palavra. em nossos livros, trabalhos...quantas mulheres citamos em proporção aos homens...isso tudo é bobagem, devaneio,reflexo da divisão sexual do trabalho, enfim...tudo que já sabemos tão bem que continuamos a fazer igual, talvez por ser tão conhecido.
A mulher citada é excitada ou incitada, a mesma coisa da história acima...o protagonismo do pessoal da limpeza ou a historia das mulheres...
não vou me confidenciar
Não havia nada que pudesse explicar melhor o que vivia, senão o nascimento. Enquanto o barco subia o rio, a lua lançava um tapete tortuoso que adivinhava o destino das curvas. As árvores não sabiam se refletiam seu próprio mistério ou admiravam aquele familiar tapete. Ela dizia a si mesma que nascia, mas não sabia se era o devir desconhecido do rio, o calor de suas águas, as sombras que não revelam o que ainda não pode e nem quer ver. Não sabia se o calor do desconhecido lhe confortava ou assustava. Não jogava seu corpo no mundo, estava completamente imersa nele! O conforto do desconhecido lhe dava essa idéia de nascimento. Ou não saber nada de si lhe dava essa idéia de nascimento? Não importava o que fosse, sensações não são explicadas. Ela, embriagada, usava todas as metáforas que lhe vinham à cabeça, mas o que via lhe parecia a melhor metáfora. Muito embora, a lucidez do momento não fosse metáfora nenhuma!
nadar
As mentiras que me conta já não podem mais me magoar.
Decepção aparece antes, como uma enchente destrói os outros sentimentos.
Você me frustra e me castra...
Toda vez que se enraivece fantasiando amor,
Inventando companheirismo,
Brincando de ser adulto.
Eu fico aqui brincando de ser criança,
Uma hora cansa,
Uma hora desinteressa.
Uma hora você não mais importa
E depois desaparece
Na memória confusa se revela um outro.
Esse outro me assusta, não sei se o desconheço ou o conheço demais.
Apenas sei que não é esse outro que eu esperava ver, conviver.
Digo a esse outro que não me procure mais,
Ele reaparece, ele lhe toma todo, me toma o ser amado.
Outro desesperado, outro enraizado, outro amargurado, enfraquecido e embevecido.
Não sabe se existe ou se é produto de alguém que desistiu.
Por outro lado... outrora.
Suas ilusões de amor também me frustraram,
Não posso lhe confidenciar clichês, nem dizer que “mentiras sinceras me interessam”.
Não há mentiras em você...
Correto,
Reto
Frio.
Ainda assim mergulhei como se fosses um rio.
Fiz a água rebolir em meu mergulho
Mas o que amo em você desaparece no instante do pulo.
Você segue reto, frio, correto.
Se você tem a imensidão de um rio... não vou conhecer seu poço profundo
Você segue correto, reto, frio e indiferente a mim.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Tarde
Essa tarde agonia pareceu-me sintoma de você
O que amanhece em desejo se curva com a magnitude dos prédios, das ruas.
Diante de tantas pessoas não há nudez, nem intimidade, não há gênero.
Sim, você quase se impõe mais uma vez,
Como se pudesse a pintura desenhar o artista
Contra toda sua ditadura responderei,
Escreverei
Me preparei.
Conheço sua frieza e seu calor
Nem um, nem o outro mais intenso,
Apenas prefiro o calor que respeita a brisa,
jorrando a tempestade
Prepara a terra
Semeia,
Venteia
Chove.
Você cresce mais morre,
Eu também, assim seremos todos.
Assim faremos o tempo até o dia de morrer
Enquanto se vive se faz a morte
Seja por sua pulsão, suposição ou oposição.
Você não é diferente de tudo que vive
E eu não conheço ambos.
Você não me parece fúnebre, mas o que eu escrevo agora também não devia parecer.
Pode não ser o que parece, pode ter um pouco dos dois e de tantos outros mais.
Não importa como, você se mostra como a vida.
domingo, 31 de julho de 2011
coisas que não gostaríamos de viver?
Tão covarde, tão covarde que se torna esguia! Parece uma enguia vivendo no escuro, pois teme que os outros julguem que seja rastejante... ela teme ser rastejante e então rasteja, rastela sua alma, quando não o faz com o corpo.
Desprezível para não ser desprezada! Agora se esconde em palavras?
E quando foi preciso mostrar-se pelas palavras, o que fez? Ela se omitiu! Não quer a responsabilidade de ser. Isso ou é muito arrogante ou muito estúpido...No caso dela, acho que as duas características se encaixam perfeitamente. É tão patético, mulher! Todos sabem que pendula entre ambos, pois não suporta ser nenhum e nem outro. És ridícula, assim acaba sendo apenas os dois, estúpida e arrogante. Sinal marcante de ignorância. Temo que continue ignorando e se ignorando assim...é que a despeito de como você pode ser, amo você!
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Não posso mais escrever. Minhas palavras mudaram de foco, de tempo, mudou-se todo o ritmo com o qual me cantarolava.
Não conheço mais a palavra que me diz
Não conheço a que descreve ou explica.
Também não conheço mais a palavra do belo. O som da beleza foi uma ciranda e eu tive que rodar...girei, girei e tuudo se fez novo.
Não tem como explicar, não posso mais escrever ou "escrevinhá"!
Agora o sentido é cantiga que existe para alguém cantar...
domingo, 13 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
serenabela
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
levando ou repartindo
partir é o ato de levar sempre consigo pedaços de pessoas ou lugares
partir é poder montar em qualquer lugar o embrólio de saudade
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Paródia sem graça sobre a minha vida ;)'
ajude na dissertação, amor comigo não
Se está procurando distração
o romance terminou mais cedo
peço por favor, pra não brincar com meu emprego
a dissertação é desespero
Tens que ler o que eu leio
fichar os textos e dissertar sobre o caras
aguentar o meu choro
Da minha dissertação tens que ser coautor
há de ficar brincando que eu vou sair dessa brincadeira
(...)
eu te li o meu texto
tu me viu cansada e sem identidade
Tu conheces meu passado
o quanto eu sinto falta de uma gandaia de verdade
sabes que estou vivendo duro
ja esta afetando minha dignidade
Eu fecho a porta
Te deixo de fora
Depois curto na saudade
Se quiser se distrair...
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
vizinha
queria poder encontrar-te no fim da tarde
para fazer qualquer bobagem dessa que se faz quando se marca uma cerveja lá pelas seis, lá pela Lapa,
lá pelo mercado que hoje é dia de semana e tenho que acordar cedo amanhã
que acordar que nada!
que vá ao trabalho com a cara cheia de cevada
que vá com a tosse de uma noitada
de quem bebeu na beira de uma baía que ventava e ventava enquanto você se embriaga e fumava
queria que estivesse próximo e os encontros fossem descompromissados, sem a expectativa que faz parte dos encontros raros
não te queria raro, mas especial como os momentos do cotidiano
imaginei você no meu dia a dia
o sol se punha do outro lado
eu lhe contava sobre meu trabalho
meus casos e causos
ouvia suas melodias que de tão desafinadas você compunha em poesia
mas não lhe contava sobre a conta que vencia
não era com você que eu a dividiria
reservaria para você o melhor desse dia...
dia tão difícil de marcar nessa correria
quanto tempo faz que não lhe vejo?
vivendo assim tão pertinho
mas tem três ou quatro meses que não lhe confidencio um pedacinho de mim
que não dividimos um ninho
é...a vida é assim
ali do outro lado da poça você continua longe de minha boca
mas sei andar e nadar, apenas não aprendi a voar
e por você ser tão longe de meu querer
fiz meu querer crescer, inventei um cotidiano para você
mas é mentira, eu não posso inventar a vida
nem mudar a rotina, só a minha e ainda em certa medida
assim nunca terei de ti uma presença desapercebida
só ausência sentida
falta não, já que você nunca fez parte do meu "aqui", nunca esteve no "agora" não pode fazer falta nele
mas pode fazer falta em mim?
sábado, 15 de janeiro de 2011
agricultura Celeste?
Outro dia conversava com uma amiga das ciências médicas que admiro muito, admiro principalmente pelo fato dela buscar fazer uma contraposição dentro dessa área tão positivista. Tal amiga, fazendo uma análise sobre a alimentação humana, o consumo de carne, verduras, alimentos de origem animal...enfim, poderia dizer que minha amiga é uma espécie de especialista quando o assunto são formas alternativas de alimentação que não demandem o sofrimento animal.
Porém essa criatura tão coerente e indignada com os rumos que as sociedade humanas tomaram e com nossa capacidade de explorar as mais diversas esferas da natureza, inclusive nós mesmos e, principalmente, os animais, declarou-me: "os índios são extrativista!" Tá, tudo bem, também não gosto do discurso que defende a 'cultura indígena' como o baluarte da harmonia ser humano-natureza (se é que podemos falar de cultura no singular e mais ainda de cultura indígena), mas partindo desse pecado original ou pressuposto... bom, extrativistas quem, cara pálida? O que sabemos do extrativismo "indígena" (?). Extrativistas somos nós, os maiores monocultores que já existiram. Além de dominarmos altas tecnologias para o desenvolvimento e produção de alimentos dos mais diversos para toda a humanidade, continuamos servindo animais à mesa e, impelindo outros humanos-animais a nos servirem. Continuamos na idade da pedra ou na idade do capital em termos de socialização do conhecimento? Ou será tudo uma questão de classe e estava certo o velho Marx? Ora, até eu, uma mera professora de sociologia, sou capaz de comprar um pequeno terreno e viver do que produzir nele, claro que para isso terei que abrir mão de diversos PRODUTOS de nossa civilização, produtos que não quero e nem vou abrir mão. Mas também não vou acreditar que empresas como a natura, victoria secrets e outras tantas se preocupam mais com a natureza do que os chamados índios só por não testarem seus produtos
Voltando
Retomando, para finalizar, a temática da diversidade de elementos e práticas sociais que foram realizadas por nossos famosos 'índios", bom os mais respeitados deles, a questão do reconhecimento que já tangenciei...enfim - os Incas, essa suposta unidade, comportava uma série de arranjos sociais com diferentes dialetos, estima-se que mais de 700, só para se ter uma idéia. Ou será que eram idiomas e não se pode admitir isso sem cair na culpa de que dizimamos mesmo um monte de seres humanos? Acho que dialeto é mais uma forma que a ciência masculina e européia encontrou para amenizar as perdas humanas de seus impercursos por nossa Terra.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Para o amor de uma vida inteira em cinco.
Sinto falta de ti
Dos teus dias de flor
Das tuas noites de lua
Dos teus olhos brilhando
De nós rindo por besteiras
De teu desejo leve
De te encantar
De ser cortejado
De te abraçar sem dúvidas
De teus abraços sem culpa
De tuas histórias de rio
De contigo navegar
Das nossas brincadeiras
De nossas fantasias
De nossos planos
De nossas viagens
De teu sorriso largo
De teu jeito manso
De tua firmeza
De tuas confusões
De tuas certezas
De teus ódios
De teus amores
De teu sexo intenso
Do nosso futuro
Do nosso passado
Do nosso presente
De tuas fases escondidas
De teus momentos iluminados
Das vezes de paz
De nossos encontros
De nossos descaminhos
De teus carinhos de pés
De tuas alegrias desconcertantes
De tuas paródias criativas
De teus braços acolhedores
De nossas manias bobas
Das conversas ao vento
Das declarações
Da nossa proximidade
Das nossas semelhanças
Das nossas diferenças
Não estou pedindo isso de volta,
Não digo que isso não acontece,
São apenas melancolias de quem está apaixonado
E sofre a perda.
Sinto que te perdi para mim mesmo.
Sinto que te perdi para a vida,
Que sufoca e pede demais de nós.
Sinto o quê me realiza e me deixa feliz
Sinto que te perdi para ti!
Que seja melhor assim,
Que voltemos a sorrir,
E reaprender a nos amar.
A nós mesmos, aos outros, um ao outro.
Lembre-se, somos esperançosos e libertários,
Somos comunistas.
sábado, 8 de janeiro de 2011
o ruído luminoso, alto e claro desse sol na minha cara
falando em amor e abstração, pensei em você, pensei que você havia me ensinado o que era o belo com seus cabelos de sol. nunca vi cores, dourados e luzes, todo o cheiro, conforto, tudo que é doce podia estar no seu cabelo se ele estivesse ao sol. pensei que você havia ensinado o belo abstrato, o belo puro e que cabelos ao sol não diziam nada sobre a beleza das coisas. pensei que não tivesse aprendido nada! mas lembrei que a beleza das coisas está no que as torna experimentavéis (essa é minha nova definição de belo e de tudo mais na verdade), que tudo que podia ser visto nos raios de seus cabelos, de seus olhos...toda aquela luz que me lembrou o mel tão desejado pelo urso Puff (tinha muitas lembranças infantis...)tudo só poderia ser visto por alguém que enchesse de significado,por alguém que estivesse apaixonado pelo calor que vinha da cor de seu cabelo, pelo cheiro que exala, cheiro de recordação, cheiro de coisa que se fotografa e se revisita quando tod@s acreditam que sua velhice não lhe permite lembrar de mais nada. quando tod@s esquecerem o que fomos vou lembrar que nunca vi nada mais bonito do que seus cabelos confundidos com o sol.
desejos de artifício
o que é o amor senão uma bela abstração?
o que é o amor, dito assim, só amor, sem que se conte nenhuma história com sorrisos, dores, choros?
amor assim sem prática, conceito de amor, palavra pura
mas o amor não pode ser mera abstração ainda que dito de forma tão genérica, todo ser humano já experimentou o amor, em alguma medida ou maneira. o amor é construção nossa.
o amor é prática de desejo,mas desejo é prática?
acho que o desejo, assim como os fogos de artifício, é uma explosão efêmera de cor, sensação, luz e arrebatação.
mas para onde vão os pequenos rastros de luz que se deslocam daquilo que no primeiro momento parece ser um único espetáculo?
Uns viram cinzas em areias, outros caem na água, outros tantos perduram mais algum tempo fazendo prevalecer em nossas mentes uma cor em especial.
No final, tudo que foi um só se perde do compreensível e se mistura na imensidão das coisas pequenas que não se vêem, mas que compõem tudo
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Gostei muito... http://poezia-tchellonious.blogspot.com/2011/01/da-montanha-de-curvas-e-degraus.htm
puseram uma faca em meu peito
acho que não é coisa facil de explicar, pensei em todas as vezes em que disse sentir saudade e notei a diversidade de afetos que formavam cada situação.
saudade pode doer, saudade pode tirar pedaços de nós e nos deixar para sempre com a ausência?
mas será que pode adoecer, que pode ser febril e arder? acho que a saudade é mais dor de osso, dor de pancada que reaparece em dias frios doendo no mesmo lugar...acho que a saudade tem terra, tem espaço e tempo, acho que a saudade não é de corpo todo, se for de todo corpo, não é de arrebatar é de conviver, é coisa de se levar para sempre, é coisa que não se sacia, não se farta, não se cansa... coisa que se apreende tornando-se parte de nós.
não é nostalgia pq não se explica pela tristeza, a saudade só se manifesta na saudade, não quando sinto falta de você. quando colocam uma faca em seu peito, a dor cessa quando a faca sai?
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Seu Lugar
3 Na Massa
Composição: Jorge DuPeixeNas minhas curvas e esquinas
Vivem desejos que fogem das mãos
Fazendo o coração corar de vez em vez
O lugar onde você deve chegar
O endereço onde você vai ficar
A minha avenida você vai andar
E agora eu já sou o seu lugar
Dentro de mim
Você vai morar
O perfume agora é quem vai mandar
O caminho é certo e não tem como errar
Vou enladeirar as vias
Desse seu lugar
Eu vou lhe achar.
Pecadora
3 Na Massa
Eu não consigo me controlar
Tenho um demônio na carne, no corpo
Sonho acordada na escuridão da minha cela,
utilizo os dedos pra provocar sensações proibidas
Eu não sei explicar como isso acontece,
eu sinto um formigamento percorrer o meu corpo,
e algo se desprende, e caminha em direção a você.
domingo, 2 de janeiro de 2011
respostas
como a pitangueira do quintal
como o latido distante dos cães quando alimentados
como o riso cantado de minha mãe para o seu namorado
como os primeiros passos de minhas irmãs
como o rio depois da cabeça d'água
como o cheiro do verão chegando
as cigarras,
as fotos anos 70
as despedidas de Selma
o inverno que chega e esfria o vapor do meio dia
isso é o meu todo dia, isso fica para sempre em mim
quem é você?
Peter Pan, respondeu!
Assim el@ percebeu que ao invés de ser bob@, como de costume, poderia sorrir para el@; já que a sedução escorria lentamente como um óleo por seus corpos.