quarta-feira, 31 de agosto de 2011

nadar


As mentiras que me conta já não podem mais me magoar.
Decepção aparece antes, como uma enchente destrói os outros sentimentos.
Você me frustra e me castra...
Toda vez que se enraivece fantasiando amor,
Inventando companheirismo,
Brincando de ser adulto.
Eu fico aqui brincando de ser criança,
Uma hora cansa,
Uma hora desinteressa.
Uma hora você não mais importa
E depois desaparece
Na memória confusa se revela um outro.
Esse outro me assusta, não sei se o desconheço ou o conheço demais.
Apenas sei que não é esse outro que eu esperava ver, conviver.
Digo a esse outro que não me procure mais,
Ele reaparece, ele lhe toma todo, me toma o ser amado.
Outro desesperado, outro enraizado, outro amargurado, enfraquecido e embevecido.
Não sabe se existe ou se é produto de alguém que desistiu.
Por outro lado... outrora.
Suas ilusões de amor também me frustraram,
Não posso lhe confidenciar clichês, nem dizer que “mentiras sinceras me interessam”.
Não há mentiras em você...
Correto,
Reto
Frio.
Ainda assim mergulhei como se fosses um rio.
Fiz a água rebolir em meu mergulho
Mas o que amo em você desaparece no instante do pulo.
Você segue reto, frio, correto.
Se você tem a imensidão de um rio... não vou conhecer seu poço profundo
Você segue correto, reto, frio e indiferente a mim.

3 comentários:

  1. Esquece-se que o mergulho é marinho. Ignora a verdade do amor; não há retidão nem frieza, não há cert ou errado.Há sonhos, há máscaras, há desilusões. O que fazer com elas?
    Proponho-te: Não brinquemos, sejamos.

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  2. não existe uma verdade do amor, senão sob a crença de um amor puro, abstrato, isolado de todas as contradições humanas, de nossas conflituosas ações amorosas...o amor é relação, não verdade. Seu verdadeiro vai se forjando enquanto amamos

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