sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Tarde


Essa tarde agonia pareceu-me sintoma de você
O que amanhece em desejo se curva com a magnitude dos prédios, das ruas.
Diante de tantas pessoas não há nudez, nem intimidade, não há gênero.
Sim, você quase se impõe mais uma vez,
Como se pudesse a pintura desenhar o artista
Contra toda sua ditadura responderei,
Escreverei
Me preparei.
Conheço sua frieza e seu calor
Nem um, nem o outro mais intenso,
Apenas prefiro o calor que respeita a brisa,
jorrando a tempestade
Prepara a terra
Semeia,
Venteia
Chove.
Você cresce mais morre,
Eu também, assim seremos todos.
Assim faremos o tempo até o dia de morrer
Enquanto se vive se faz a morte
Seja por sua pulsão, suposição ou oposição.
Você não é diferente de tudo que vive
E eu não conheço ambos.
Você não me parece fúnebre, mas o que eu escrevo agora também não devia parecer.
Pode não ser o que parece, pode ter um pouco dos dois e de tantos outros mais.
Não importa como, você se mostra como a vida.

Um comentário:

  1. Se mostrar mais é se expor.
    Confundir-se é se diluir.
    Morrer é incomunicável.
    Caos é achar-se.
    Viver é amar-te.
    Escreves cada vez melhor, parabéns. Vomita palavras como quem palestra sobre a história.

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