quarta-feira, 31 de agosto de 2011

postagem nada nova

Hoje eu diria que eu sei que você sofreu abandonado.
sozinho, foi ficando amargurado.
Depois com ventre estuporado
e o corpo tornando-se calejado,
saiu do seu quarto de dormir.

mas para mim, você foi matreiro
Vi uma alma em cativeiro
preocupada com um corpo,
que é parte de si...
Digo que vi chamas em sua face,
um nebuloso vazio em seu olhar, tantas vezes raivoso.
As chamas, às vezes, eram paixão...
isso quando vinhas encontrar-me só, em meu quarto de dormir.

Foi duro ver-te, companheiro, forjado em tantas máscaras quanto um triste palhaço.
Mas você foi também muito sensato
com sua casa
seu trabalho
e naquele momento, foi o que você podia dar de si.

Então a vaga noção que temos,
da dor que ambos passamos e passaremos,
Ensina que perseverar
é delicado como brotar,
doloroso como nascer,
confuso como o mar em ressacas
Mas ensina também que nascer brotar e navegar
correspondem a um sentido
a um fim

Somos impelidos a cuidar de nós,
Porque somos entusiastas de nós dois
Só nós podemos nos realizar!



2 comentários:

  1. Tens razão, foi assim que me vi:

    Espelho me chama:
    -Venha te ver, veja o que és.
    Olhei e não me vi,
    Procurei e não achei,
    Aquele rosto não era meu.
    Pergunto-lhe o que queres me mostrar se não me reflete. O que queres. Não queres te ver. Só vê o que te interessas, o objeto responde a pergentar. Dizes-me que esse monstro aqui refletido é eu. Sim, simplesmente sim.

    O monstro era horrível,
    Translúcido,
    Deformado,
    Aperreado,
    Ignóbil,
    Ignorante,
    Recalcado,
    Vingativo,
    Indefinível,
    Indizível, por assim dizer.

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