
quem dera minha insônia fosse bela como essa
assim poderia ter a serenidade dela?
mas quem disse que moça e gato estão com insônia?
Eu fecho a porta
Te deixo de fora
Depois curto na saudade
Se quiser se distrair...
Outro dia conversava com uma amiga das ciências médicas que admiro muito, admiro principalmente pelo fato dela buscar fazer uma contraposição dentro dessa área tão positivista. Tal amiga, fazendo uma análise sobre a alimentação humana, o consumo de carne, verduras, alimentos de origem animal...enfim, poderia dizer que minha amiga é uma espécie de especialista quando o assunto são formas alternativas de alimentação que não demandem o sofrimento animal.
Porém essa criatura tão coerente e indignada com os rumos que as sociedade humanas tomaram e com nossa capacidade de explorar as mais diversas esferas da natureza, inclusive nós mesmos e, principalmente, os animais, declarou-me: "os índios são extrativista!" Tá, tudo bem, também não gosto do discurso que defende a 'cultura indígena' como o baluarte da harmonia ser humano-natureza (se é que podemos falar de cultura no singular e mais ainda de cultura indígena), mas partindo desse pecado original ou pressuposto... bom, extrativistas quem, cara pálida? O que sabemos do extrativismo "indígena" (?). Extrativistas somos nós, os maiores monocultores que já existiram. Além de dominarmos altas tecnologias para o desenvolvimento e produção de alimentos dos mais diversos para toda a humanidade, continuamos servindo animais à mesa e, impelindo outros humanos-animais a nos servirem. Continuamos na idade da pedra ou na idade do capital em termos de socialização do conhecimento? Ou será tudo uma questão de classe e estava certo o velho Marx? Ora, até eu, uma mera professora de sociologia, sou capaz de comprar um pequeno terreno e viver do que produzir nele, claro que para isso terei que abrir mão de diversos PRODUTOS de nossa civilização, produtos que não quero e nem vou abrir mão. Mas também não vou acreditar que empresas como a natura, victoria secrets e outras tantas se preocupam mais com a natureza do que os chamados índios só por não testarem seus produtos
Voltando
Retomando, para finalizar, a temática da diversidade de elementos e práticas sociais que foram realizadas por nossos famosos 'índios", bom os mais respeitados deles, a questão do reconhecimento que já tangenciei...enfim - os Incas, essa suposta unidade, comportava uma série de arranjos sociais com diferentes dialetos, estima-se que mais de 700, só para se ter uma idéia. Ou será que eram idiomas e não se pode admitir isso sem cair na culpa de que dizimamos mesmo um monte de seres humanos? Acho que dialeto é mais uma forma que a ciência masculina e européia encontrou para amenizar as perdas humanas de seus impercursos por nossa Terra.
Sinto falta de ti
Dos teus dias de flor
Das tuas noites de lua
Dos teus olhos brilhando
De nós rindo por besteiras
De teu desejo leve
De te encantar
De ser cortejado
De te abraçar sem dúvidas
De teus abraços sem culpa
De tuas histórias de rio
De contigo navegar
Das nossas brincadeiras
De nossas fantasias
De nossos planos
De nossas viagens
De teu sorriso largo
De teu jeito manso
De tua firmeza
De tuas confusões
De tuas certezas
De teus ódios
De teus amores
De teu sexo intenso
Do nosso futuro
Do nosso passado
Do nosso presente
De tuas fases escondidas
De teus momentos iluminados
Das vezes de paz
De nossos encontros
De nossos descaminhos
De teus carinhos de pés
De tuas alegrias desconcertantes
De tuas paródias criativas
De teus braços acolhedores
De nossas manias bobas
Das conversas ao vento
Das declarações
Da nossa proximidade
Das nossas semelhanças
Das nossas diferenças
Não estou pedindo isso de volta,
Não digo que isso não acontece,
São apenas melancolias de quem está apaixonado
E sofre a perda.
Sinto que te perdi para mim mesmo.
Sinto que te perdi para a vida,
Que sufoca e pede demais de nós.
Sinto o quê me realiza e me deixa feliz
Sinto que te perdi para ti!
Que seja melhor assim,
Que voltemos a sorrir,
E reaprender a nos amar.
A nós mesmos, aos outros, um ao outro.
Lembre-se, somos esperançosos e libertários,
Somos comunistas.
Nas minhas curvas e esquinas
Vivem desejos que fogem das mãos
Fazendo o coração corar de vez em vez
O lugar onde você deve chegar
O endereço onde você vai ficar
A minha avenida você vai andar
E agora eu já sou o seu lugar
Dentro de mim
Você vai morar
O perfume agora é quem vai mandar
O caminho é certo e não tem como errar
Vou enladeirar as vias
Desse seu lugar
Eu não consigo me controlar
Tenho um demônio na carne, no corpo
Sonho acordada na escuridão da minha cela,
utilizo os dedos pra provocar sensações proibidas
Eu não sei explicar como isso acontece,
eu sinto um formigamento percorrer o meu corpo,
e algo se desprende, e caminha em direção a você.