segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

serenabela


quem dera minha insônia fosse bela como essa
assim poderia ter a serenidade dela?
mas quem disse que moça e gato estão com insônia?

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

levando ou repartindo

partir é o ato de deixar uma parte nossa com alguém ou em algum lugar
partir é o ato de levar sempre consigo pedaços de pessoas ou lugares
partir é poder montar em qualquer lugar o embrólio de saudade

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Paródia sem graça sobre a minha vida ;)'

se quiser se distrair
ajude na dissertação, amor comigo não

Se está procurando distração
o romance terminou mais cedo
peço por favor, pra não brincar com meu emprego
a dissertação é desespero

Tens que ler o que eu leio
fichar os textos e dissertar sobre o caras

aguentar o meu choro
Da minha dissertação tens que ser coautor
há de ficar brincando que eu vou sair dessa brincadeira

(...)
eu te li o meu texto
tu me viu cansada e sem identidade

Tu conheces meu passado
o quanto eu sinto falta de uma gandaia de verdade
sabes que estou vivendo duro
ja esta afetando minha dignidade

Eu fecho a porta
Te deixo de fora
Depois curto na saudade

Se quiser se distrair...


desculpem os autores da composição original.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011


Ela não alcançou a fresta!


Que vá para a janela, caso não possa saltar dela, desça as escadas
Só não deixe a vida aquietada, curiosa lhe espreitando pela fresta por onde só um pequeno raio de luz passava

vizinha



queria poder encontrar-te no fim da tarde
para fazer qualquer bobagem dessa que se faz quando se marca uma cerveja lá pelas seis, lá pela Lapa,
lá pelo mercado que hoje é dia de semana e tenho que acordar cedo amanhã
que acordar que nada!
que vá ao trabalho com a cara cheia de cevada
que vá com a tosse de uma noitada
de quem bebeu na beira de uma baía que ventava e ventava enquanto você se embriaga e fumava
queria que estivesse próximo e os encontros fossem descompromissados, sem a expectativa que faz parte dos encontros raros
não te queria raro, mas especial como os momentos do cotidiano
imaginei você no meu dia a dia
o sol se punha do outro lado
eu lhe contava sobre meu trabalho
meus casos e causos
ouvia suas melodias que de tão desafinadas você compunha em poesia
mas não lhe contava sobre a conta que vencia
não era com você que eu a dividiria
reservaria para você o melhor desse dia...
dia tão difícil de marcar nessa correria
quanto tempo faz que não lhe vejo?
vivendo assim tão pertinho
mas tem três ou quatro meses que não lhe confidencio um pedacinho de mim
que não dividimos um ninho
é...a vida é assim
ali do outro lado da poça você continua longe de minha boca
mas sei andar e nadar, apenas não aprendi a voar
e por você ser tão longe de meu querer
fiz meu querer crescer, inventei um cotidiano para você
mas é mentira, eu não posso inventar a vida
nem mudar a rotina, só a minha e ainda em certa medida
assim nunca terei de ti uma presença desapercebida
só ausência sentida
falta não, já que você nunca fez parte do meu "aqui", nunca esteve no "agora" não pode fazer falta nele
mas pode fazer falta em mim?

sábado, 15 de janeiro de 2011

agricultura Celeste?


Outro dia conversava com uma amiga das ciências médicas que admiro muito, admiro principalmente pelo fato dela buscar fazer uma contraposição dentro dessa área tão positivista. Tal amiga, fazendo uma análise sobre a alimentação humana, o consumo de carne, verduras, alimentos de origem animal...enfim, poderia dizer que minha amiga é uma espécie de especialista quando o assunto são formas alternativas de alimentação que não demandem o sofrimento animal.
Porém essa criatura tão coerente e indignada com os rumos que as sociedade humanas tomaram e com nossa capacidade de explorar as mais diversas esferas da natureza, inclusive nós mesmos e, principalmente, os animais, declarou-me: "os índios são extrativista!" Tá, tudo bem, também não gosto do discurso que defende a 'cultura indígena' como o baluarte da harmonia ser humano-natureza (se é que podemos falar de cultura no singular e mais ainda de cultura indígena), mas partindo desse pecado original ou pressuposto... bom, extrativistas quem, cara pálida? O que sabemos do extrativismo "indígena" (?). Extrativistas somos nós, os maiores monocultores que já existiram. Além de dominarmos altas tecnologias para o desenvolvimento e produção de alimentos dos mais diversos para toda a humanidade, continuamos servindo animais à mesa e, impelindo outros humanos-animais a nos servirem. Continuamos na idade da pedra ou na idade do capital em termos de socialização do conhecimento? Ou será tudo uma questão de classe e estava certo o velho Marx? Ora, até eu, uma mera professora de sociologia, sou capaz de comprar um pequeno terreno e viver do que produzir nele, claro que para isso terei que abrir mão de diversos PRODUTOS de nossa civilização, produtos que não quero e nem vou abrir mão. Mas também não vou acreditar que empresas como a natura, victoria secrets e outras tantas se preocupam mais com a natureza do que os chamados índios só por não testarem seus produtos em animais.
Voltando
à questão dos 'índios extrativistas', gostaria de dizer que não sobrou ninguém para contar a história e nos dizer se eles plantavam ou não. Mas por mais precária e sem ferramentas que sejam as ciências humanas, de uma coisa sabemos: índio é apenas uma referência à semelhança fenotípica que europeus, homens de sua Idade Média, encontraram entre os povos do 'novo mundo' e alguns povos do oriente já conhecido e explorado, enfim... Portanto, não devemos esquecer que Astecas, Maias e Incas também eram "índios" ou não eram, tal como outros povos disseminados daqui e mais ainda, as citadas civilizações que acabaram recebendo algum reconhecimento social foram grandes agricultores e acho pouco provável e, até um pouco preguiçoso, acreditarmos que o extrativismo foi a única forma de produção de alimentos utilizadas por tantas organizações sociais dizimadas; as quais se convencionou chamar de grande “Nação Tupi” quando o termo índio já refletia a limitação de nosso conhecimento sobre as práticas sociais de nossos ancestrais não europeus. Além disso, está completamente ‘fora de moda’ não considerar a categoria diversidade e coisa e tal. Mas que grande Nação Tupi é essa? Que unidade de práticas de produção da vida social são identificadas como universais entre aqueles povos que aqui habitaram antes de seu genocídio? Sinceramente, não sei, só sei que índio é um termo bem abstrato e pouco nos diz sobre a vida social que existiu em nossa América. Talvez, “nação tupi” seja mais amplo e consistente em comparação à nomenclatura “índio”. Para mim parece menos amplo, um pouco mais coerente e até superficialmente respeitoso, já que lhes dá um nome próprio. Mas será que não continuamos negando a diversidade humana que aqui existiu? E, para finalizar, acredito que se queremos dar continuidade a utopia de um novo mundo, devemos começar aprendendo com a mais alta ciência do homem branco, europeu e blá,blá,blá em consonância com o resgate da história massacrada daquel@s que conhecemos por inferências históricas realizadas pelos mesmos homens. Última coisa, uma característica de meus escritos é a utilização da @, pois acredito que assim posso não me limitar ao substantivo homem ou qualquer outro substantivo masculino quando me refiro aos seres humanos, todavia quando falei da ciência européia usei a nomenclatura homem, apenas pelo fato de que a ciência vem sendo de forma hegemônica realizada por homens e não por seres humanos de um modo geral.
Retomando, para finalizar, a temática da diversidade de elementos e práticas sociais que foram realizadas por nossos famosos 'índios", bom os mais respeitados deles, a questão do reconhecimento que já tangenciei...enfim - os Incas, essa suposta unidade, comportava uma série de arranjos sociais com diferentes dialetos, estima-se que mais de 700, só para se ter uma idéia. Ou será que eram idiomas e não se pode admitir isso sem cair na culpa de que dizimamos mesmo um monte de seres humanos? Acho que dialeto é mais uma forma que a ciência masculina e européia encontrou para amenizar as perdas humanas de seus impercursos por nossa Terra.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Para o amor de uma vida inteira em cinco.

às vezes algumas pessoas escrevem coisas que acreditamos escritas para nós. tenho certeza que cajuína foi feita para mim e para quem mais quiser, Disritimia também...tenho certeza que não existe propriedade sobre atos criativos! a arte é de quem se apropriar dela, seja pela admiração, pela identificação ou pela certeza quase românctica que tenho de que toda vez que lágrimas negras toca, lágrimas negras caem de meus olhos. Então lá vaí o que pode ter sido escrito para mim e para quem mais...

Sinto falta de ti

Dos teus dias de flor

Das tuas noites de lua

Dos teus olhos brilhando

De nós rindo por besteiras

De teu desejo leve

De te encantar

De ser cortejado

De te abraçar sem dúvidas

De teus abraços sem culpa

De tuas histórias de rio

De contigo navegar

Das nossas brincadeiras

De nossas fantasias

De nossos planos

De nossas viagens

De teu sorriso largo

De teu jeito manso

De tua firmeza

De tuas confusões

De tuas certezas

De teus ódios

De teus amores

De teu sexo intenso

Do nosso futuro

Do nosso passado

Do nosso presente

De tuas fases escondidas

De teus momentos iluminados

Das vezes de paz

De nossos encontros

De nossos descaminhos

De teus carinhos de pés

De tuas alegrias desconcertantes

De tuas paródias criativas

De teus braços acolhedores

De nossas manias bobas

Das conversas ao vento

Das declarações

Da nossa proximidade

Das nossas semelhanças

Das nossas diferenças


Não estou pedindo isso de volta,

Não digo que isso não acontece,

São apenas melancolias de quem está apaixonado

E sofre a perda.

Sinto que te perdi para mim mesmo.

Sinto que te perdi para a vida,

Que sufoca e pede demais de nós.

Sinto o quê me realiza e me deixa feliz

Sinto que te perdi para ti!

Que seja melhor assim,

Que voltemos a sorrir,

E reaprender a nos amar.

A nós mesmos, aos outros, um ao outro.

Lembre-se, somos esperançosos e libertários,

Somos comunistas.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

sábado, 8 de janeiro de 2011

o ruído luminoso, alto e claro desse sol na minha cara




falando em amor e abstração, pensei em você, pensei que você havia me ensinado o que era o belo com seus cabelos de sol. nunca vi cores, dourados e luzes, todo o cheiro, conforto, tudo que é doce podia estar no seu cabelo se ele estivesse ao sol. pensei que você havia ensinado o belo abstrato, o belo puro e que cabelos ao sol não diziam nada sobre a beleza das coisas. pensei que não tivesse aprendido nada! mas lembrei que a beleza das coisas está no que as torna experimentavéis (essa é minha nova definição de belo e de tudo mais na verdade), que tudo que podia ser visto nos raios de seus cabelos, de seus olhos...toda aquela luz que me lembrou o mel tão desejado pelo urso Puff (tinha muitas lembranças infantis...)tudo só poderia ser visto por alguém que enchesse de significado,por alguém que estivesse apaixonado pelo calor que vinha da cor de seu cabelo, pelo cheiro que exala, cheiro de recordação, cheiro de coisa que se fotografa e se revisita quando tod@s acreditam que sua velhice não lhe permite lembrar de mais nada. quando tod@s esquecerem o que fomos vou lembrar que nunca vi nada mais bonito do que seus cabelos confundidos com o sol.

desejos de artifício


o que é o amor senão uma bela abstração?
o que é o amor, dito assim, só amor, sem que se conte nenhuma história com sorrisos, dores, choros?
amor assim sem prática, conceito de amor, palavra pura
mas o amor não pode ser mera abstração ainda que dito de forma tão genérica, todo ser humano já experimentou o amor, em alguma medida ou maneira. o amor é construção nossa.
o amor é prática de desejo,mas desejo é prática?
acho que o desejo, assim como os fogos de artifício, é uma explosão efêmera de cor, sensação, luz e arrebatação.
mas para onde vão os pequenos rastros de luz que se deslocam daquilo que no primeiro momento parece ser um único espetáculo?
Uns viram cinzas em areias, outros caem na água, outros tantos perduram mais algum tempo fazendo prevalecer em nossas mentes uma cor em especial.
No final, tudo que foi um só se perde do compreensível e se mistura na imensidão das coisas pequenas que não se vêem, mas que compõem tudo

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Gostei muito... http://poezia-tchellonious.blogspot.com/2011/01/da-montanha-de-curvas-e-degraus.htm

a montanha também tem um sol gostoso de se receber pela manhã, tem um cheiro doce de rio, tem um ar diferente...a temperatura marca a mudança da noite p dia

puseram uma faca em meu peito



outro dia uma amiga tentava explicar o significado da palavra saudade para um estrangeiro muito sensivel...
acho que não é coisa facil de explicar, pensei em todas as vezes em que disse sentir saudade e notei a diversidade de afetos que formavam cada situação.
saudade pode doer, saudade pode tirar pedaços de nós e nos deixar para sempre com a ausência?
mas será que pode adoecer, que pode ser febril e arder? acho que a saudade é mais dor de osso, dor de pancada que reaparece em dias frios doendo no mesmo lugar...acho que a saudade tem terra, tem espaço e tempo, acho que a saudade não é de corpo todo, se for de todo corpo, não é de arrebatar é de conviver, é coisa de se levar para sempre, é coisa que não se sacia, não se farta, não se cansa... coisa que se apreende tornando-se parte de nós.
não é nostalgia pq não se explica pela tristeza, a saudade só se manifesta na saudade, não quando sinto falta de você. quando colocam uma faca em seu peito, a dor cessa quando a faca sai?

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

até pq...
"Tudo o que os homens escreveram
sobre as mulheres deve ser suspeito, pois
eles são, a um tempo, juiz e parte. "
POULAIN DE LA BARRE
assim posso fingir que a angústia não é minha ou algo do gênero
a partir de hoje só ouvirei composições masculinas, as expressões femininas são deveras angustiantes para mim.
Têm quem diz que o samba é mãe
Mas não cai na fonte do prazer

Seu Lugar

3 Na Massa

Composição: Jorge DuPeixe

Nas minhas curvas e esquinas
Vivem desejos que fogem das mãos
Fazendo o coração corar de vez em vez

O lugar onde você deve chegar
O endereço onde você vai ficar
A minha avenida você vai andar
E agora eu já sou o seu lugar

Dentro de mim
Você vai morar

O perfume agora é quem vai mandar
O caminho é certo e não tem como errar
Vou enladeirar as vias
Desse seu lugar

Você não vai se perder
Eu vou lhe achar.

Pecadora

3 Na Massa

Eu não consigo me controlar
Tenho um demônio na carne, no corpo
Sonho acordada na escuridão da minha cela,
utilizo os dedos pra provocar sensações proibidas
Eu não sei explicar como isso acontece,
eu sinto um formigamento percorrer o meu corpo,
e algo se desprende, e caminha em direção a você.

domingo, 2 de janeiro de 2011

começo a suspeitar de que troquei o cigarro pela coca cola
o café também é importante,
mas aceitaria de bom grado um mate gelado
qualquer coisa que lembre fumo tostado
de aroma delicado
erva de flambar,
flor pra se tomar

respostas

Como uma foto antiga na parede de sua avó
como a pitangueira do quintal
como o latido distante dos cães quando alimentados
como o riso cantado de minha mãe para o seu namorado
como os primeiros passos de minhas irmãs
como o rio depois da cabeça d'água
como o cheiro do verão chegando
as cigarras,
as fotos anos 70
as despedidas de Selma
o inverno que chega e esfria o vapor do meio dia
isso é o meu todo dia, isso fica para sempre em mim

quem é você?

e el@ perguntou: e você, moç@ de lenço, flor e arco, está fantasiad@ de que? El@ era tão sensual quanto se poderia ser ou el@ o/a supervalorizava para fazer sexo; se perguntou.
Peter Pan, respondeu!
Assim el@ percebeu que ao invés de ser bob@, como de costume, poderia sorrir para el@; já que a sedução escorria lentamente como um óleo por seus corpos.