domingo, 30 de junho de 2013

Armipotente

Você não foi o poeta de minhas dores
Não poetizou minhas pernas enladeiradas
Não foi poeta da confusão quente
À fogueira não me enviaste
com ela lhe queimei

Enquanto queimava
lhe amei com dor
Em minha paixão por ti não fiz rimas
nem mesmo a óbvia combinação de amor e dor
Nem assim lhe dei poesia
Você também não me deu

Nossa poesia foi carnal vivida
Mas o amigo Carlos me disse o que já sabia
Mas é sempre bom conhecer nas palavras de um poeta professor
Nosso amor de guerra e fogo, pois é condição de amor

Já lhe atirei muitas pedras e palavras
Já lhe atingi comigo
De agora em diante inauguro um novo conflito contigo
Armipotente serão nossas prosas
Guerrilheiras apaixonadas serão nossas poesias

Sua obra não carece de musa
Nem de heroínas
Serei uma lutadora em ti
Uma deusa da guerra tomará minhas mãos
meus desejos.
me entrego a ela

Estou possuída pela falta de paz
Posto que no amor se luta
Nosso novo conflito não é guerra nem arte, literalmente

de olhar o céu

Quando tudo é grandioso
Às vezes é divino e você voa
Outras vezes o sol parece lança
Você pequeno anseia existir naquela imensidão

Ou você tem medo
Ou coragem
Você aprende a ser forte, mesmo pequeno

Mas é que o ar é tão forte
Tão sério
Que o sol não lhe alcança
Ele lhe penetra a pele
Mas não se sente
O que é forte é muito visível

Uma flor-fruta rosa, cheia de espinhos
Às vezes azuis
Flor daqui é outra formosura
É outro verde
A terra é que é dura

Agradeça
O chão não tem concreto e a cidade vai sucumbir
Essa urbis é quase abandonada

 E a lua então!
Não se meta à besta com essa lua
Em lugar de terra seca, o céu imperioso
Ganha ainda poderes de mar
Não é à toa que  dizemos: “ mas que lua”
Para o sol de dias escancarados pela luz

Contando o caminho que fiz de olhar o céu até aqui